
Maria Fulô: "Fazer" forró é coisa de mulher
Valkyria Nunes (À direita) destaca a preocupação do grupo em fazer música de qualidade - buscando nas raízes do forró-pé-de-serra, a musicalidade capaz de garantir seu espaço entre o público.
"Nosso desafio, desde o princípio, tem sido o de fazer um trabalho diferente executado por mulheres e com boa qualidade". É deste modo claro e preciso que Valkyria Nunes, sanfoneira e idealizadora da banda "Maria Fulô" descreve o perfil e os objetivos do grupo.
O nome, lembra ela, foi inspirado na música de Sivuca "Adeus Maria Fulô", no qual presta uma grande homenagem a mulher nordestina.
Depois de conquistarem o respeito dos amantes da boa música em pernambuco, as meninas estiveram em Brasília no Festival do nordeste e surpreenderam a toodos, fazendo apresentações de qualidade. Comprometidas com a qualidade do trabalho, Valkyria reconhece que muitas vezes sofrem com o preconceito e a inveja - inclusive com outras bandas surgindo com nomes similares, na tentativa de tirar uma "casquinha" da respeitabilidade que a bannda tem no meio musical.
E não é pra menos, segundo a própria Valkyria " Há muitos anos venho tocando com grandes artistas do Recife. Mas começei a trabalhar melhor o pé-de-serra a uns cinco anos, quando percebi a forma como estavam banalizando o nosso forró, foi a partir daí que comecei o projeto "Maria Fulô".
Hoje o grupo é composto por 18 pessoas entre instrumentistas e cantoras (Todas mulheres e talentosas) e casais de bailarinos. Manter uma estrutura dessas é uma barra, porque é um meio muito concorrido. Mas temos tido a felicidade de ir abrindo espaços, fazendo com que as pessoas e produtores conheçam o nosso trabalho" destaca Valkyria, lembrando que em breve estarão em estúdio para gravar mais um CD - O segundo - desta vez trazendo composições já consagradas "porque o povo que vai em nossos shows, se empolga quando fazemos uma releitura dos nossos clássicos".
Sobre a concorrência com os grupos que fazem o chamado "forró universitário", Valkyria destaca que há espaço pra todos. O pé-de-serra tem seu espaço e seu público. O que eu vejo como preocupante é que algumas bandas estão surgindo, tocando músicas de duplo sentido e realmente prejudicam o nosso forró em geral. Seria mais interessante se surgissem boas músicas, porque é isso que todos nós queremos" enfatiza a sanfoneira.
Informações: www.bandamariafulo.com.br

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